30 de mai. de 2010

Ainda sobre esperança (e a verdadeira realidade)

Trecho do livro “The Weight of Glory” (Peso de Glória) do C.S. Lewis, que li ainda nesta última sexta antes de dormir, num devocionário com trechos de obras desse autor. Na data 28 de maio veja o que encontrei:

“Não sabemos no que nos tornaremos”; mas podemos ter certeza de que seremos mais, e não menos, do que tivermos sido na terra. As nossas experiências naturais (sensoriais, emocionais e imaginativas) são como um esquema, como traços pincelados num papel liso. Se as pinceladas desaparecerem na vida nova, elas sumirão apenas no sentido de que uma pincelada desaparece diante de uma paisagem de verdade, e não como chama de uma vela que é apagada. Trata-se, antes, de algo semelhante à chama de uma vela que se torna invisível porque alguém levantou os vidros, abriu as venezianas e deixou entrar o clarão da luz do sol.”

Pois é. É nisto que acredito.
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P.S.: Também acredito que o C.S. Lewis é (foi) o cara. Como eu amo o que ele escreve!

28 de mai. de 2010

Onde nossa esperança deve estar

Bem, o Senhor quis e Ele sabe o que faz.

Hoje, nosso amigo Vagner Porto faleceu. A gente não entende, nossas mentes limitadas não entendem muitas vezes os caminhos de Deus.

O que temos que lembrar sempre é que nossa vida não se resume a isso aqui. É apenas uma amostra grátis. É nesta perspectiva que nossos corações são consolados, na certeza que o encontraremos um dia, pois cremos naquele que disse: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá."

E assim me lembro de uma música linda do Sérgio Pimenta, que foi marco na música cristã e também morreu precocemente. Nela está este ensinamento: o de não esquecermos nunca de onde nossa esperança deve estar.

A gente se vê Vagner!



Lugar para mim

Fosse a esperança resumo do que se encerra na terra,
Eu seria o mais infeliz dos homens,
Qual barco que a vagar pelo mar da amplidão,
Vai sabendo que o porto seguro é sonho em vão.
Minha esperança em verdade é meu Deus, Que desde há muito já foi preparar lugar para mim.

27 de mai. de 2010

Tática para assistir filme de ação (e encarar a vida real)

Neste último domingo, assisti a “Homem de Ferro 2” e foi ótimo. Cinema é sempre um programa imperdível para mim. E além da história bem contada, Robert Downey Jr. continua perfeito para o papel em seu cinismo cheio de charme.

Mas lá pelas tantas chegou-se ao clímax cheio de ação e muita tensão. E ri ao lembrar-me de algo que instintivamente faço desde criança e contei a uma amiga que estava comigo, que se escangalhou de rir e soltou uma frase que ela repete sempre: “Gabi, você é uma figura”.

Vou explicar: quem me olha assim, com essa cara de menina tranqüila não faz idéia do quanto sou ansiosa. Isso desde criança, e mais ou menos dependendo da situação em questão. E isso acontece com vários filmes com alta carga de adrenalina.

Lembro-me de quando, aos 8 anos de idade, assisti a Superman 3 no cinema (!!!!!!!!!!) ter ficado com minhas mãos cheias de suor numa cena de luta (daquelas de vida ou morte) no clímax do filme. Surreal.

Daí, ao perceber esta minha reação, elaborei uma estratégia: se a coisa está tensa e eu não consigo resolver na base do bom senso (entenda-se, lembrar que aquilo é apenas um filme) eu começo a recitar um mantra: “Gabi, no final vai dar tudo certo”, “Gabi, no final vai dar tudo certo”, “Gabi, no final vai dar tudo certo”, “Gabi, no final vai dar tudo certo”...

E resolve, acreditem.

Mas não paro aí: para quem tem algumas convicções e certezas como eu tenho, essa frase vale também para a vida real. No final tudo sempre dá certo. Pode não ser da maneira que imaginamos...mas dá.

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P.S.: É assim que penso em relação a um amigo querido e aluno da Escola de Pastores que ontem sofreu um acidente e se encontra à espera de um milagre. No final tudo dará certo. Estamos orando por você Vagner!

23 de mai. de 2010

Em frente



Foi num dia comum que percebi:
o passado não é mais minha casa.

Recebi a notícia sem surpresas, pois
lembrei-me de ter visto, pouco a pouco,
suas paredes deixarem de me cercar.
Sim,
carrego algumas coisas
que havia lá dentro:
cores, cheiros, sons,
vozes, sorrisos, rostos,
corações.
E minha identidade, claro. Em construção.

Sinto que piso em outras terras
e o novo está diante de mim.
Embora este, muitas vezes,
tenha cheiro de nada.

Não me assusto:
mais livre,
não procuro o futuro
em sôfregas e constantes consultas
aos elaborados projetos de meu caderno de viagem.
Sei que ele está
nos traços de cada dia que começa,
e espero os desenhos do tear
que compassadamente
rege as tramas de minha vida.

Não tenho pressa, às vezes paro;
que os outros passem por mim.
As pausas e não apenas notas,
são essenciais à partitura.
E a aventura também se faz
de silêncio e solitude.

A curiosidade, sim, sempre estará lá
no abrir de mais uma porta,
ou janela.
Mas engraçado: sempre acelerado,
o coração já não é mais intranqüilo.
Conheço melhor meus pés,
e a Mão que me conduz.

Estou apenas no caminho.
E isso é muito bom.

23/05/2010, Gabriela M. Machado

Nasci de novo

Já vai fazer um mês.

Eu e mais duas amigas havíamos viajado para Cabo Frio a fim de aproveitar o final de semana prolongado por conta do feriado do dia 23/04. Eu estava precisando demais. Precisando de descanso, de ar, de renovação. Sem brincadeira, no caminho para lá até pensava na foto de Arraial que colocaria aqui.

Mas Deus sabe por que, as coisas aconteceram de maneira diferente do esperado. E a renovação veio, mas de uma maneira não convencional.

O dia 23 foi além das expectativas: dia lindo, praia, amizades, companheirismo, sorrisos.
Mas na madrugada do dia 24/04, cerca de 2 da manhã, voltando de Búzios e há poucas quadras de onde estávamos hospedadas sofremos um acidente: um carro em velocidade altíssima resolve avançar o sinal vermelho e se choca contra nosso carro, que capota. Nunca havia passado por algo parecido, e creia, se algum dia você viu um filme de ação e achou tudo muito emocionante, acredite, não é.

Bem, apesar de uma das amigas ter quebrado o pé e precisado fazer cirurgia (ela está bem), conseguir sair do carro com a facilidade que saímos, vermos que estávamos vivas e bem, e tantas outras coisas que se sucederam fizeram tudo ser um verdadeiro milagre.

Normalmente a maioria das pessoas pensa em milagre como algo que justamente te impede, por exemplo, de passar por uma situação dessas. Mas neste caso em particular, o milagre esteve no cuidado e na mão de Deus em cada desdobramento posterior. Já passou tempo e não é o caso de mais detalhes, mas em tudo que aconteceu, eu e minhas amigas vimos o amor de Deus por nós.

E foi aí que a renovação veio de uma maneira diferente em minha vida (e creio que na delas também).

Se houve uma lição que tirei disto tudo é que apesar de poder estar agora experimentando a presença de Deus de uma maneira totalmente diferente, Ele quer que eu viva aqui ainda. E se Ele me mostrou isso, eu tenho que levar esse negócio muito a sério. Se estou aqui é porque há muito para fazer por essas bandas de cá.
Tenho que a cada dia então, aprender a viver mais intensamente não no sentido da quantidade de coisas que faço ou de emoções que me permito experimentar, mas no sentido de viver com profundidade, amando, me doando, sendo o melhor que puder com os talentos que Ele me deu e olhando para cada momento em minha vida como uma experiência rica que não deve ser desprezada.

É isso aí.